Texto elaborado para reunião entre pais e professores no ínicio do ano letivo de 2011.
Turma: 1º ano.
“A alfabetização é como começar a andar: quando vemos um grupo de crianças andando, você não sabe quem andou primeiro. Ler é o mesmo: uns começaram em março, outros em outubro, outros em novembro. Mas quando todos leem, você não sabe quem leu primeiro!”, diz a psicopedagoga Renata Aguillar.
Quando lemos a frase da psicopedagoga, parece simples compreender o processo de alfabetização.
Sabemos que a aprendizagem é diferente para cada criança e o tempo para aquisição da leitura e da escrita não é o mesmo para todos, mas recorrentemente a angústia e/ou ansiedade dos pais se traduz na seguinte pergunta: “quando o meu filho vai ler?” Às vezes, a pergunta transforma-se em um pedido de socorro: “quero que me ajude, pois meu filho não lê e conheço alunos da sala dele que já estão lendo há dois meses!" Preocupações compreensíveis e muito comuns.
É importante entenderem que existem cinco níveis de alfabetização, como a competente pedagoga e psicóloga Emília Ferreira nos ensinou, e a criança está em constante evolução. Quando introduzido no mundo das letras, o aluno não estabelece vínculo entre fala e escrita. Ele usa números e letras na mesma palavra e/ou a representa através de desenhos. Posteriormente, a criança percebe que existe alguma relação entre pronúncia e a escrita, desvinculando a escrita das imagens e os números das letras. Supõe que a escrita representa a fala e, aos poucos, começa a combinar vogais e consoantes na mesma palavra, tornando a leitura sociável, como no exemplo a seguir:
Rezouvel que corresponde a resolveu.
Um dos objetivos do 1º ano é que a criança aprenda a ler e escrever, ou seja, que alcance o nível alfabético e isso acontece quando há a compreensão do modo da construção do código da escrita. O aluno entende que existem letras e que estas representam palavras... Há as consoantes, as vogais e, quando combinadas, transformam-se em palavras diferentes e as uniões dessas palavras formam uma frase.
Portanto, no 1º ano, o aluno lê e consegue representar o que leu através da escrita, mas vale ressaltar que esse é um processo construído durante a vida escolar formal e informal. da criança
A escrita, por sua vez, é acompanhada de omissão de vogais ou consoantes, principalmente em palavras mais complexas, como na seguinte frase:
“O MENINO VIROL UM LOBO E SEUS AMIGOS SAIU CORREDO”. Percebam que a criança troca o “U” pelo “L”, não escreve o “N” na palavra correNdo e não consegue conjugar o verbo “sair” de forma correta.
A troca de letras também é comum em palavras que possuem sons parecidos, como “CAZA” (casa) e “REZOLVEU” (resolveu).
As trocas e as omissões de palavras são normais nessa fase e não caracterizam problema de aprendizagem. Comumente, é no 2º ano que os erros ortográficos diminuem. Diminuirão, o que não significa que desaparecerão!
Com relação ao tempo de aprendizagem de cada criança, a escola está preparada para intervir nos diferentes níveis de alfabetização. Caso seja diagnosticada alguma situação que caracterize déficit ou que precise de mais atenção, os responsáveis serão orientados.
Espero que o texto tenha esclarecido alguns pontos do processo de alfabetização.
Exponham suas dúvidas! Quanto menos ansiosos estiverem com relação ao momento em que seu filho irá ler e escrever, maior será a possibilidade de serem facilitadores do processo ensino-aprendizagem.
Danielle Faria.
Danielle Faria.
Eu tenho certeza, Danielle, que depois de tomar ciência de tudo isso, as mães conseguiram ancorar o coração ansioso na espera pelos novos acontecimentos. E todos conseguiram. É uma alegria sem fim \o/
ResponderExcluirParabéns, pela clareza do texto!
Beijos!
@soniasalim